segunda-feira, 14 de maio de 2012

De dia eu aguento, de noite eu desabo.

De dia eu aguento, eu suporto e escondo. Eu boto um sorriso no rosto, ocupo a cabeça com a tarefa da escola, me estresso com a mãe gritando para eu tirar a toalha molhada da cama, ou a roupa suja no roupeiro ou a desorganização do quarto. Ocupo a cabeça com a música animada do rádio, com a correria do dia-a-dia. Dou bom dia para as pessoas, respondo que estou bem, fingo me importar perguntando a elas,se elas estão bem também. Não que eu queira fingir me importar, mas é um costume, e se não fosse costume, as pessoas considerariam mal educação da minha parte. Ando apressada pelas ruas, observo o moço bonito no outro lado da rua, ou a moça bonita, tropeço na calçada,sinto vontade de rir sozinha. Perco tempo desenrolando o fone de ouvido, e acabo só enrolando mais ainda. Fico tentando lembrar daquele desconhecido que passou na rua e me deu oi, tento achar alguma característica familiar, mas nada de saber quem é, então percebo que só deve ser ”mais um” educado,que da bom dia para todos, de costume,eu não sou assim sabe,dou bom dia para os conhecidos apenas, e de costume claro. Mas quem sabe com o tempo,eu vire assim,um adulto dando bom dia para todos sem conhecer metade das pessoas. Mas o problema mesmo é quando chega as noites, não há pessoas andando pela rua e está frio, estou em casa sobre a cama embaixo das cobertas com um fone de ouvido ligado ao meu celular aonde só toca músicas calmas e depressivas e rock pesado, mas quando estou mal, faço questão de escutar músicas que me deixam mais mal. Tipo aquela que vem com a letra esfregando na sua cara o que está sentindo. E aí  perco o controle de tudo, penso na tal pessoa que eu tentei desviar o pensamento 24 horas,e me derramo […] me derramo em lágrimas.