terça-feira, 19 de junho de 2012

Viu amor, eu te amava desde pequenininha!

Pego um velho caderno que estava em minha estante, a poeira tampava a capa dos ursinhos carinhosos e nas folhas havia alguns furinhos "básicos" que os ratos andaram fazendo. Abro em tal folha e começo a ler. Era um diário de uma menina, a letra meia torta porém perfeita, uma caneta colorida de gel, porém não havia mais o brilho. Lá dizia o quanto ela gostava de um garoto, mas não pela aparência e sim pelo jeitinho dele. Ele era clarinho com o cabelo escuro, olhos da cor castanho ''mais ou menos" dizia ela, ele era baixinho,assim como ela. Segundo ela, o sorriso torto dele era tão perfeito, seu jeitinho de falar e se expressar era magnifico. Sua voz baixinha em publico era fofa e sua voz de pertinho era mais do que perfeita. Fui me interessando pela maneira que a jovem menina de 10 anos se expressava em um caderno e então repassei a folha e vi tudo que ela escrevia sobre ele, ela tão jovem não dizia que o amava pois não tinha certeza, sabia que o sentimento era enorme e intenso mas não a ponto de ser amor, e isso me fez perceber que antigamente era tudo melhor - agora as pessoas mal sabem quando amam ou não,simplesmente chegam e dizem "eu te amo" como se fosse um "bom dia". Peguei uma caneta que estava em um porta canetas no lado e rabisquei umas coisinhas na  primeira folha em branco que encontrei após ela ter parado de escrever e lá escrevi com uma letra torta e perfeita 
"As coisas não mudaram muito, ele continua com um sorriso torto e perfeito e minha letra também. Continuo sendo essa menina madura o suficiente a ponto de saber quando é amor e quando é uma paixãozinha forte. E a pele branca ainda cai perfeitamente com seu cabelo escuro, seus  olhos ficaram um pouco mais escuro mas continuam aquele castanho mais ou menos. E sua voz [...] bom sua voz continua aquela baixinha em publico, mas de perto é a segunda coisa mais confortável nele, primeiro é o seu abraço que além de confortável,é como se fosse uma proteção."
Dou um risinho bobo ao perceber que aquela menininha de antigamente ainda está dentro de mim. Muitas coisas mudaram, minha maneira de vestir, de pensar em relação a certas coisas, e uma das coisas que mudou foi de "duvida" para "certeza".Antigamente eu ainda tinha duvida se eu o amava ou não, hoje eu tenho certeza. Nada melhor do que dar uma gostosa gargalhada lendo um diário meu antigo e pensar "Parece que foi ontem" e logo mostrar para meu marido e dizer
- Viu amor, eu te amava desde pequenininha!